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Friday 24 July 2015

Estava em falta ... falarmos de leitão

Há terras e regiões que se (con)fundem com a sua gastronomia. Provavelmente, a Mealhada e o seu leitão assado é um dos melhores exemplo disso. Estratégicamente localizada a meio caminho entre as duas maiores urbes da nossa nação, no coração da região da Bairrada, eis que o pequeno porco ou suckling pig, mostra todo o seu esplendor.




Nome: Churrasqueira Rocha
Data da visita: Julho de 2015
Localização: Mealhada, na estrada para o Luso
Comentário: há muito que estava prometida uma paragem na Mealhada para matar a saudade de leitão e de preferência ficar a conhecer um novo spot. À semelhança de outros pitéus, também o leitão gera sempre polémica ... se perguntarmos a 10 pessoas distintas qual o melhor leitão da Mealhada obteremos 10 respostas diferentes. Mais uma vez o amigo Google, nos identifica um sítio com dezenas de comentários e altas avaliações ... estava decidido.
A Churrasqueira Rocha, segue o tipico layout das grandes casas de leitão da região: edificio de grandes dimensões à face da estrada, com estacionamento privativo abundante à porta, sala de dimensões generosas com uma decoraçao simples e funcional e as mesas geometricamente dispostas de modo a acomodar o maior numero possível de comensais.
Confortávelmente instalado à mesa, as hostes começam com uns croquetes de leitão acabados de fritar. Fantásticos. O pão, aquele tipico das sandes de leitão é fresco e aparentava ter sido feito recentemente. Divinal. A casa tem carta mas honestamente nem para lá olhei. A escolha estava feita há horas e ia ser leitão. A dose individual consiste em três nacos de generosas dimensões, guarnecida com batata frita e salada. Delicioso. A carne do leitão era macia e extremamente saborosa. A pele estava estaladiça e cozinhada na perfeição. As batatas estaladiças, secas, e pouco salgadas estavam à altura.
Para acompanhar, a escolha recaiu sobre o vinho do mês servido a copo: um Quinta Abibes 2011 tinto, um néctar da região. Aliás, uma nota muito positiva para as secção do vinho. Não só abundava oferta de vinhos da região da Bairrada como estava disponivel uma nota técnica e uma nota de prova muito completa do vinho do mês. Um pormenor fantástico e que não se vê com frequência. Arrisco-me a dizer que não tenho memoria de encontrar tal registo documental do vinho servido num restaurante. Tal feito mereceu uma evidência fotográfica. Os apreciadores de espumantes ficarão satisfeitos, pois faziam parte da oferta algumas marcas de referência da região da Bairrada tais como Caves S. Domingos, Marquês de Marialva e Quinta de Abibes a 8.00€ a garrafa. Preços muito razoáveis.
Para finalizar, optei por um quente e frio, também ele de generosas dimensões. Cumpriu sem deslumbrar, mas deu para perceber que era de confecção caseira.
Tudo isto embrulhado numa nota de 20€/pax. Sabemos que leitão não é uma opção económica, pelo que os 20€/pax estão alinhados com a restante oferta equiparável.
Repeteco? Claramente.  Quando a saudade do pequeno porco apertar, a Rocha será a escolha provável.


Saturday 18 July 2015

Quando a tradição se alia à inovação

Quando pensamos que já está tudo inventado e que há coisas que não podem evoluir ... alguém nos mostra que estamos errados. Os tipicos mercados onde outrora os habitantes das nossas cidades adquiriam os seus víveres, são hoje ambientes trendy e cosmopolitas.



Um vista do ambiente

Nome: Mercado de Campo de Ourique
Data da visita: Julho de 2015
Localização: Campo de Ourique em Lisboa
Comentário: esta não é um review no seu sentido clássico, em que avaliamos uma casa em especial, mas sim de um ambiente e mesmo de uma nova forma de encarar alguns dos espaços mais tradicionais das nossas cidades. A transformação que o Mercado de Campo de Ourique sofreu, está em linha com o que aconteceu com outros mercados urbanos como o Mercado da Ribeira em Lisboa ou o Bolhão e o Bom Sucesso no Porto. Estes espaços foram reformulados de forma a, paralelamente a servirem o proposito da venda de frescos, serem pontos de oferta gastronómica diversificada. É possível sentarmo-nos à mesa e escolher petiscos diversos, providenciados pela várias casas e tendas. Pode o comensal usufruir deste espaço tanto para um almoço rápido à semana, como para um jantar mais relaxado em momento de lazer.
Para este fight a escolha caiu sobre umas empadas de camarão e de galinha tradicional, murcela gratinada com ananás e uma salada de orelheira, bem regada com vinagre e coentros. Adquiridos em casas diferentes todos partilharam a qualidade e o paladar apurado. A acompanhar, um copo de Vinha do Monte 2014, um branco alentejano da Herdade do Peso, cuja frescura e acidez "maridaram" na perfeição com o pitéu.
Por opção saltamos a sobremesa, mas fica o comensal já informado que não falta oferta para adoçar a boca em fim de refeição.
Como qualquer tainada à base de petiscos e tapas o preço vai depender do apetite e das vezes que o comensal abastecer a mesa, porém  é perfeitamente possível ficar saciado por um valor a rondar os 12€/pax.
Repeteco? Sem duvida. Um spot de referência a considerar para quando se está naquela zona da cidade capital.

A outra face do Marquês

Que o Manjar do Marquês é uma referência para os que viajam de norte a sul do país, não é nada de novo. Porém nem todos conhecem a outra face do Marquês. É muito facil lá chegar: dirija-se ao sítio do costume e entre ... no entanto em vez de virar à esquerda faça a curva à direita. Keep calm, está em casa.




Nome: Manjar do Marquês
Data da visita: Julho de 2015
Localização: Pombal, à face do IC2
Comentário: por regra não faço posts de repetecos. Porém, isto não é um repeteco. Dos inúmeros stops que fiz no Manjar do Marquês, nunca tinha feito uma visita à sala de jantar. Quem conhece o spot sabe que à esquerda existe uma sala onde se pode petiscar o famoso arroz de tomate malandrinho com fritos diversos a acompanhar. O que poucos, provavelmente experimentaram é a sala de jantar que existe do lado direito logo à entrada. A decoração, ao contrário do ambiente rustico da outra sala, é quase cerimonial, fazendo lembrar um clube de cavalheiros dos anos 40. Sentimos o peso da história desta casa. Existe uma carta, repleta de sugestões de cozinha tradicional portuguesa, tanto de peixe como de carne. O afamado arroz e panado é também opção deste lado. A escolha recaiu sobre os rojões com murcela de arroz e migas com nabiças. Ficará para sempre gravado na minha memória o perfume a especiarias que amanou quando o pitéu foi deposto na mesa. E se o aroma prometia, o sabor comprovou ... simplesmente delicioso. A carne do porco era macia e húmida e as migas, com as nabiças bem envoltas em nacos de pão e feijão frade casaram na perfeição .
Aqui também é possivel beber o vinho do mês a copo, que como já tive oportunidade de comentar é sempre bom, mesmo quando de marcas desconhecidas. Desta, o oferta era um tinto alentejano de nome Anas, da Herdade do Sabroso. Não resisti no entanto a dar uma vista de olhos na carta de vinhos ... e surpresa. É uma carta de luxo e muito bom gosto, mesmo! A titulo de exemplo, marcas como Quinta Vale Dona Maria tinto 2009, Vale Meão tinto, Brunheda vinhas velhas 2003 ou Pape 2011 do Dão fazem parte da oferta disponível. E o melhor é que os preços são muito próximos do que se encontra no retalho. Em quantos sítios, se pode beber um Pape 2011 por 25€?!?
Mais uma vez, e com muita pena minha, deixei de parte as sobremesas. Terão de ficar para uma visita futura que seja em viagem de lazer.
Para finalizar, uma boa surpresa: a dolorosa ronda os 15€/pax para comensais XXL. Para comensais, que consigam partilhar uma dose, ainda ficará mais em conta. Ou seja, pouco mais do que pagarão na sala da esquerda.
Repeteco? Garantido. Agora terão de me aturar à vez em cada sala.




Thursday 16 July 2015

Num cantinho de Alverca...

Num cantinho de Alverca há um sítio muito especial. As doses monumentais são a imagem da casa. Mas o tamanho não é tudo ... a qualidade também está muito presente. A casa constantemente lotada é prova disso.



Nome: O Cantinho da Adanaia
Data da visita: Julho de 2015
Localização: Alverca, perto do McDonalds
Comentário: descobrir O Cantinho da Adanaia foi um momento de sorte. Sugerido de forma unânime por malta apreciadora do tacho conhecedora da zona. A decoração é simples e o espaço da sala bem aproveitado para receber a imensão de comensais que diariamente enchem a casa. O staff é muito simpatico e eficiente. A carta é feita de propostas baseadas em cozinha tradicional portuguesa e todas opções primam pelo optimo aspecto. Porém há um prato que se destaca: o bacalhau à lagareiro. O peixe é servido ás lascas e é branco, macio e humido. É deposto numa cama de batatas a murro e tudo muito bem regado com azeite de qualidade e bastante alho. Simplesmente, fabuloso. Um must para os apreciadores do peixe tão amado pelos portugueses. Já tinha dito que o tamanho das doses é colossal? Uma unica dose dá para 3 comensais XL, perfeitamente. É preciso portanto, atenção a quem se dirige sozinho a este spot ... arrisca-se a não conseguir sequer chegar a meio da travessa.
A carta de vinhos é interessante, com marcas de qualidade e há sempre disponível um vinho de sugestão a rondar os 12€ por uma de 0.75cl. No entanto, neste fight fomos num jarro de 0.50cl de um vinho branco da casa, que segundo o empregado, era da zona de Aveiras. Fresco, com boa acidez e algum pico revelou-se uma boa escolha para acompanhar o bacalhau. 
Muito podiamos falar das sobremesas ... mas as farófias, a especialidade da casa, são incontornáveis. Escolha obrigatória para quem vai conhecer a casa. A dose, mais uma vez bastante generosa, apenas proporcional ao fantástico sabor do creme de ovos que cobre as claras de ovo.
No fim, o embate fica a rondar os 12€/pax, o que coloca O Cantinho da Adanaia no pódio da relação preço/qualidade.
Repeteco? Sem duvida! Ponto de paragem obrigatório aquando de visitas à zona.


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Um sitio especial no centro da Maia

Urgia a necessidade de encontrar um spot por perto para um merecido repasto. O local era a Maia e cozinha tradicional portuguesa era a opção mais consensual. Vem à lembrança um sitio já anteriormente visitado e cuja qualidade é reconhecida. Estava decidido!



Nome: D. Lurdes
Data da visita: Julho de 2015
Localização: Maia, perto do centro
Comentário: assumo que este post é um dos mais difíceis que tive de fazer. Para mim a D. Lurdes é um dos melhores sitios na Maia para se saborear cozinha tradicional portuguesa. As variadas menções e prémios atribuidos pela imprensa da especialidade são prova disso. As expectativas eram portanto altas ... acho que o problema foi a escolha do prato. Não vou dizer que estava mau, mas não estando espetacular ficou abaixo das expectativas.
Para quem não conhece, a D. Lurdes tem uma decoração sóbria, simples e acolhedora. A cozinha é completamente aberta para a sala, permitindo aos comensais verem pelos seus próprios olhos a limpeza e organização do seu staff.
Voltando ao tema da escolha, no dia a mesma recaiu sobre uma das sugestões na carta: um nispo assado acompanhado por batata assada, um arroz de açafrão e legumes cozidos. Nispo é na pratica lombo de porco, mas da parte mais gorda da peça, sem duvida mais saborosa. De novo...não estava má ... pelo contrário, porém não estava propriamente espectacular.
A carta dos vinhos era diversificada e tinha marcas de referência. Mas os preços, não chegando ao nivel do exorbitante não eram propriamente em conta. Não havia nenhuma 0.375cl abaixo dos 6€ e por exemplo o espumante mais em conta era o Asti Gancia(!!) por 15€, sendo os restantes acima dos 20€. A opção para "moer" o nispo recaiu sobre uma 0.375cl de Chaminé tinto, uma referência do nosso querido Alentejo. Deu conta do recado. Nota menos positiva para a temperatura a que o vinho foi servido, estando a mesma um pouco elevada.
Para finalizar e adoçar a boca, optamos por umas farófias e uma delicia de chocolate. Cumpriram sem deslumbrar.
Toda a experiencia ficou pelos 18€/pax, perfeitamente em conta considerando a casa que é.
Repeteco? Sim... já conheço a D. Lurdes há anos, e não será uma experiência menos bem conseguida a criar uma rutura. Se calhar até é preciso uma nova visita em breve, para repôr os níveis de confiança no topo de novo.

Thursday 9 July 2015

Um sushi fantastico na nossa capital

A promessa foi clara: um sushi fantástico...talvez um dos melhores já provados. As expectativas ficaram altas. Em direcção a uma zonas mais trendy da nossa capital rumamos. E ainda bem que o fizemos.









Nome: Sushi Time
Data da visita: Julho de 2015
Localização: Lisboa, na zona da Expo (junto ao Hotel Vip Art's)
Comentário: a expectativa estava muito alta, mas a convicção com que a qualidade do sítio era afirmada afastava qualquer receio. A decoração é moderna, urbana e de muito bom gosto. Além da carta, ao jantar têm rodizio de sushi. As hostes são abertas com umas tempuras de carne e legumes fabulosas. Para o 2º round o comensal é convidado a escolher entre uma sopa miso ou um temaki. Apesar de não ser um fã incondicional de temaki, arrisquei e não me arrependi. A folha de alga não era seca e o salmão com filadélfia estava simplesmente divinal ... ainda hoje estou indeciso se passei a gostar de temaki ou se apenas os comerei ali. Dalí em adiante é um rodar constante de gunka, uramaki, futomaki, nigiri, sashimi e afins. A frescura do peixe era inconstestável e o sabor divinal. Os apreciadores de sashimi ficarão encantados com a diversidade e originalidade das peças: salmão com parmesão gratinado, salmão com sementes, espadarte e peixe manteiga. A apresentação das peças já são por si são uma festa para os olhos. Pela primeira vez experimentei um roll  com topping de morango ... gostei, mas não amei. Ainda estava disponivel rolls com topping de chocolate mas a barriga já não aguentava mais. Alerto; é um rodízio à seria...eles não param!
Para acompanhar, a sugestão foi uma carta de gins, mojitos e outras bebidas de alto teor alcoolico, muito em voga para acompanhar sushi, que assumo não ser a minha preferência. Nem fomos à carta de vinhos, fomos diretos à imperial.
O preço do rodizio é 23,95€/pax, que se juntarmos bebidas e café difilmente coloca o fight abaixo dos 30€. Não é barato, mas a qualidade compensa...mesmo!
Repeteco? pois tá claro! É só voltar para aquela zona.

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Wednesday 1 July 2015

Mais um para os peregrinos da A1

Mais uma piscina Lisboa-Porto pela A1, e eis que Fátima é a localidade escolhida para o stop do jantar merecido. Eis que surge a ideia de pegar no telemóvel, pesquisar no Tripadvisor por restaurantes em Fátima, ordenar por pontuação, e seja o que a Nossa Senhora quiser, ...



Nome: A Tasquinha
Data da visita: Junho de 2015
Localização: Fátima, junto ao santuário
Comentário: o risco era grande, mas queria mesmo comprovar se nos dias que correm  podemos confiar o ato sagrado da refeição nas reviews de comensais dos sites e portais da especialidade...cada vez mais me convenço que sim. Se centenas de pessoas dizem o mesmo, não podem estar todos errados, certo?
A Tasquinha é um spot, mesmo junto a uma das entradas do santuário. O espaço é grande, e a decoração simples e funcional. Para o embate da noite, confiei numa das especialidades assinaladas no cardápio: o polvo à lagareiro. E não me arrependi. O polvo estava tenro, bem cozinhado e muito saboroso. Acompanhava com batatas a murro e feijão verde cozido ligeiramente salteado. Tudo bem regado com azeite de qualidade da região. A dose era bastante generosa ... a meia dose recomendada para um comensal não foi consumida na totalidade. Para beber, a escolha caiu sobre uma 0.375cl do tinto da casa, um vinho de lavrador da região da Vidigueira, que me surpeendeu pela positiva, revelando-se bastante frutado e com estrutura suficiente para aguentar o polvo. Consegui reparar que a lista de vinhos era diversificada e tinha referencias de qualidade a preços razoáveis.
A lista das sobremesas era variada e era composta por doçaria tradicional. Optei pela tarte de limão, que se revelou uma escolha acertada.
No final, a dolorosa ficou nos 17€/pax. Achei um valor perfeitamente adequado à refeição apresentada.
Repeteco? Sem duvida. O Crispim terá de me partilhar com A Tasquinha, ocasionalmente.