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Sunday 20 November 2016

Sabores e experiências no Douro ...

Já aqui falei do Douro e como há todas as condições para se tornar na próxima Toscana ou Rioja da Europa. É só manter o rumo e manter a sua genuinidade.




Nome: Cacho D'Ouro
Data da visita: Junho de 2016
Localização: Peso da Régua
Comentário: chegar ao Douro é um momento carregado de magia. Longe vão os tempos que o acesso à região era feita com muitas horas de viagem na serpenteante EN108. Hoje é possivel chegar à Régua por auto-estrada, mas ainda assim a chegada à porta do Douro, é sempre um momento pleno de mística. É na Régua que sentimos ter chegado à região vinhateira, onde o vinho assume o seu papel de motor da economia local ... e com o vinho vem a gastronomia.
Por sugestão de um local lá rumamos em direção ao Cacho D'Ouro, no centro da cidade, assim a modos que escondido. O espaço é grande e a decoração é simples, funcional e despretensiosa. O staff esse, simpático e com vontade de bem receber, atitude habitual um pouco por toda a região.
Enquanto percorriamos a carta, para escolher o petisco que iria celebrar o dia, pedimos um prato de petinga, boa e fresca com um sabor forte a vinagre, amiga do meu palato mas que reconheço poder não ser do agrado de todos.
Voltando à carta, essa possuía alguma diversidade tanto em pratos de carne como de peixe, e como de outra forma não podia deixar de ser, uma montra da cozinha típica portuguesa. A escolha foi a modos que consensual e recaiu no polvo com migas. Acompanhava com batata assada e legumes, bem acondicionados com azeite de qualidade. O polvo estava cozinhado no ponto e bastante tenro, bem envolto nas migas que beberam o azeite e davam uma oleosidade aromática ao prato. Bem conseguido, reconheço. A generosidade das doses era equilibrada.
Para a escolha do néctar, nem foi preciso recorrer à lista. O tiro foi certeiro ao branco da casa, sem marca, naturalmente da região, cuja acidez equilibrada compensou bastante bem a gordura do prato. Acho simplesmente delicioso, o conceito de existir uma região, em que o vinho da casa é seguramente caseiro e elaborado nas redondezas ... e consegue competir perfeitamente com referências de marcas e valores bem mais elevados. Fantástico!
Para finalizar, uma tarte de chocolate, que estava boa sem deslumbrar. Provavelmente seria de fabrico caseiro, mas não ficou propriamente gravado na minha memória. Cumpriu.
Não faltou, o copo de vinho do Porto de oferta, algo também muito comum nas restaurantes da zona. Pela cor e pela boca, provavelmente seria também este um vinho de lavrador. Simpes, honesto e direto.
A conta, ficou por um valor a rondar os 17€/pax, um valor justo e que não chocou minimamente face ao repasto que proporcionou.
Repeteco? De uma forma fria a analitica: a comida estava boa, nada de negativo a apontar ao serviço e o preço reflectiu com justeza o resultado do fight. Porém o Cacho D'Ouro está a escassos metros de um dos melhores spots da Régua, a Tasquinha, com comida superior e a preço ainda mais competitivo. Nas minhas visitas à Régua darei preferência à Tasquinha, e só optarei pelo Cacho D'Ouro em caso de indisponibilidade desta.

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2 comments:

  1. Caro Lambetacho,
    Reforço sua opinião de que o Douro tem material para ser a nova Toscana. Vindo de Viseu, portanto do sul, a primeira visão que se tem do Vale do Douro é magnífica, inesquecível. É uma paisagem das mais bonitas do mundo.

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    1. Sem dúvida. Uma das mais bonitas wine regions da Europa.

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