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Tuesday 23 August 2016

Vamos brindar com vinho verde, que é do meu Portugal

Saudosas palavras de Paulo Alexandre, eternizadas na sua canção Vinho Verde, um hino ao Minho, terra com uma gastronomia unica. Em dia de calor a sério, evento pouco comum em terra de nortada, rumamos à pitoresca vila de Fão, pedaço de terra entre o Atlântico e o rio Cávado. 






Nome: Rita Fangueira
Data da visita: Junho de 2016
Localização: Fão, Esposende
Comentário: o spot é já um velho conhecido, não por casa de pasto, mas sim pela sua pasteleria, especificamente por ter sido onde surgiu o folhadinho, um pastel de folhado com doce de ovos um dos ícones da terra. Já lá iremos. Já não sei exatamente qual o motivo, mas a verdade é que acabamos à porta da Rita Fangueira em dia de Domingo solarengo em plena hora de almoço. Sala cheia com alguns comensais à espera no exterior, dão sinal positivo sobre o fight que se avistava.
A sala possui uma decoração simples, despretensiosa e é uma autentica viagem aos anos 70, década em que provavelmente a casa foi fundada. Atenção, não é uma crítica! Somos instalados, por um staff extremamente simpático e com evidente intenção de bem receber, numa mesa à janela onde pudemos usufruir de uma vista sobre uma das alamedas da vila com o Cávado ao fundo. Enquanto, estudávamos a carta, fomos aligeirando a fome com umas entradas compostas por broa com chourico, bolinhos de bacalhau e pão do tipo regueifa com manteiga das Marinhas, que para quem não sabe é uma freguesia de Esposende mais a Norte. Nota positiva pela opção de um produto da região. A carta é diversificada q.b. tanto em carne como em peixe, sendo facilmente perceptível que é no peixe que a casa aposta os seus esforços. Faz sentido! Sem grande hesitações recaimos a escolha sobre os filetes de polvo com arroz do mesmo e uma feijoada de polvo. Sim, feijoada de polvo! Surpreso? Pois, eu também. Uma inovaçao ... pelo menos para mim.
Rapidamente, fomos servidos, sempre de forma simpática e com evidente vontade de bem receber, reforço. A feijoada de polvo era visivelmente rica, com bons nacos de polvo tenro, mexilhão e gambas de bom calibre. Tinha tudo para correr (muito) bem se não fosse por facto de ... o feijão ser de lata ... quase de certeza. Se não era, peço desde já desculpa, parecia. Mole e sem sabor. Algo inaceitável, mais ainda em terra de lavoura. Já os filetes de polvo, estavam uns pontos acima da feijoada, mas também sem deslumbrar. O arroz então, estava demasiado cozido e podia ter mais sabor. Desiludiu, mais ainda quando é apontado como o prato bandeira da casa.
Para acompanhar, de outra forma não poderia ser, optamos pelo verde da casa:
- De onde é este verde da casa? - pergunto eu.
- Felgueiras? - responde de forma simpática a funcionária.
- Felgueiras?? - questiono eu de novo, um pouco surpreso.
- Sim. Já usamos um vinho da região, mas as pessoas não gostavam ... não era grande coisa. Mudamos.
WTF?! Da janela, no horizonte quase se vê o limite do concelho de Barcelos! Não arranjavam vinho verde de qualidade mais perto?? Desabafo meu ... valeu a honestidade quase ingénua. Importa referir que o dito verde de Felgueiras era bastante bom, com um algum pico, acidez moderada e bons aromas a fruta. Mais ainda a 4€ a de 0.75cl ... não poderia pedir mais.
Eis que chega a hora de avançar para a sobremesa. Há um doce da casa, o qual consegui visumbrar logo à chegada e que a explicação da funcionária confirmou a minha dúvida: recordam o início do texto, em que mencionei, os folhadinhos, a especialidade da casa? Pois bem, o doce da casa era um bolo servido ás fatias que era nem mais nem menos do que uma versão gigante do dito folhadinho. Cada fatia corresponderria certamente a 4 ou 5 folhadinhos. Deveria conter um letreiro a dizer "Perigo de morte para diabéticos e hipertensos"! Delicioso, simplesmente! Um grand finale.
Pedida a conta, somos confrontados com um valor a rondar os 11€/pax! Objetivamente falando, um valor muito em conta para a refeição apresentada com vinho e tudo.
Repeteco? a comida ficou bem abaixo das expectativas, com o uso de feijão de lata a ganhar a medalha de latão. O próprio filete de polvo e o arroz do mesmo, também ficaram aquém das expectativas. Não estou a desaconselhar explicitamente uma visita, porém há coisa boa na zona pelo que não creio lá voltar tão cedo.

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