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Saturday 5 March 2016

Nos locais recônditos da Serra da Estrela

Reza a história que el-rei D. Sancho I, na sua tarefa de povoamento das elevadas altitudes das beiras, necessitou de tomar um "folegosinho" após subir 900m da agora Serra da Estrela e ficou então assim batizada esta magnifica aldeia beirã que deslumbra pelas suas vistas, gentes e claro está, a gastronomia. Aqui o tacho é coisa séria. Pratos fortes, doses generosas e uma forma de receber que dá vontade de voltar.







Nome: O Albertino
Localização: Folgosinho, Gouveia
Data da visita: Janeiro de 2016
Comentário: a visita ao Albertino estava já planeada e uma passagem pela região foi a desculpa perfeita. A localidade de Folgosinho, é de díficil acesso. Os 900m de altitude feitos de estradas sinuosas permitem desfrutar de uma fantástica paisagem sobre o Parque Natural da Serra da Estrela. Chegados à vila, facilmente se encontra o Albertino. Uma casa simples, onde a entrada é feita pelo piso térreo onde opera o café do Albertino. Umas escadas conduzem ao piso superior onde está instalada a sala do restaurante. Uma decoração rústica e tipicamente beirã transmite uma sensação de conforto e acolhimento. O staff prima por uma simpatia e vontade de receber, a que a região já nos habituou. Apesar de existir uma carta com oferta diversificada de carne e peixe, o Albertino é famoso pelo seu pijaminha de pratos de cozinha tradicional das Beiras. Não há portanto que inventar nem ter de pensar muito. Vamos fazer uma viagem pela gastronomia serrana. As hostilidades são abertas com umas entradas compostas por:
  • Queijo da serra
  • Prato de enchidos diversos: farinheira, murcela e chouriço
  • Iscas de figado fritas
Sem surpresa, tudo estava divinal e só serviu para aguçar a curiosidade do que aí viria. E eis que começa o desfile:
  • Feijoada de javali, de molho grosso, carne tenra e feijão cozido no ponto. 
  • Cabidela de lebre, bem equilibrada no vinagre.
  • Cabrito assado. Carne tenra, bem assada, cheia de sabor.
  • Leitão à Albertino. Um sabor já bem conhecido e que mostrou que não precisamos de estar na Bairrada para comer bom leitão!
Todos os pratos estavam excelentes, cheios de sabor e com notável cuidado na sua preparação. Se tivesse a dificil tarefa de nomear o melhor prato, diria a feijoada de javali e de seguida a cabidela de lebre. Não porque os outros estivessem menos bem conseguidos, mas os primeiros são sabores não tão habituais  e como tal, trouxeram o elemento surpresa.
A exigente tarefa de acompanhar este festim, coube ao tinto da casa, um portento de Nelas, cheio de estrutura e boa acidez, algo que o Dão produz com naturalidade.
Apesar da barriga dar sinais de não aguentar muito mais, somos confrontados com o facto de haver pijaminha para as sobremesas. Somos obrigados a chamar todas as forças que ainda restavam para receber:
  • requeijão com doce de abóbora
  • arroz doce
  • leite creme
Sem surpresas, todas estavam excelentes. Menção honrosa para o requeijão com o doce, um must nas visitas à região.
É obrigatório aqui mencionar que durante todo o fight, o staff  frequentemente questionava se pretendiamos repetir algum dos pratos. Não é preciso, portanto, falar acerca da generosidade das doses. Garantidamente, até o comensal mais insaciável, ficaria com certeza satisfeito.
Café e digestivos são à descrição. Manda a tradição da casa, que sejam consumidos ao balcão. Sim, correto...os digestivos são à descrição ... três garrafas de aguardentes foram colocadas à disposição. Bastava servir.
Prepare-se agora o leitor para o grand finale ... o preço é um valor fixo de 16€/pax ... sim, tudo isto ficou por 16€/pax!!! E a criança não pagou!
Por tudo isto, o Albertino entra direto para o pódio do bang for a buck.
Repeteco? Sem duvida! Pela qualidade, generosidade das doses, simpatia e arte de bem receber. Um ponto de paragem obrigatório para quem visita a Serra da Estrela.

1 comment:

  1. Bem sobre o Albertino não a muito a dizer ou melhor para dizer alguma coisa é apenas o seguinte, desde a uns 10 anos que conheci o spot que sempre que vo para a Serra é paragem obrigatória e sempre com nota máxima :).

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